sexta-feira, 31 de maio de 2013

Acabou de chegar...





Neste terceiro número do Cão Celeste, com direcção de
Inês Dias/Manuel de Freitas e coordenação gráfica de Luís Henriques,
colaboram Alexandre Sarrazola, André Lemos, António Barahona, Cláudia Dias, Daniela Gomes, Diniz Conefrey, Étienne Carjat, Fabiano Calixto, Inês Dias, Isabel Baraona, Isabel Nogueira, John Mateer, Jorge Roque, José Ángel Cilleruelo, Konoe Nobutada, Luís Filipe Parrado, Luís Henriques, Luis Manuel Gaspar, Manuel de Freitas, Manuel Diogo, Maria João Worm, Pádua Fernandes, Paulo da Costa Domingos e Ricardo Castro.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

"I don't wanna grow up" (2:31)



When I'm lyin' in my bed at night
I don't wanna grow up
Nothin' ever seems to turn out right
I don't wanna grow up
How do you move in a world of fog
That's always changing things
Makes me wish that I could be a dog
When I see the price that you pay
I don't wanna grow up
I don't ever wanna be that way
I don't wanna grow up

Seems like folks turn into things
That they'd never want
The only thing to live for
Is today
I'm gonna put a hole in my TV set
I don't wanna grow up
Open up the medicine chest
And I don't wanna grow up
I don't wanna have to shout it out
I don't want my hair to fall out
I don't wanna be filled with doubt
I don't wanna be a good boy scout
I don't wanna have to learn to count
I don't wanna have the biggest amount
I don't wanna grow up

Well when I see my parents fight
I don't wanna grow up
They all go out and drinking all night
And I don't wanna grow up
I'd rather stay here in my room
Nothin' out there but sad and gloom
I don't wanna live in a big old tomb
On Grand Street

When I see the 5 o'clock news
I don't wanna grow up
Comb their hair and shine their shoes
I don't wanna grow up
Stay around in my old hometown
I don't wanna put no money down
I don't wanna get me a big old loan
Work them fingers to the bone
I don't wanna float a broom
Fall in love and get married then boom
How the hell did it get here so soon
I don't wanna grow up


Tom Waits / Kathleen Brennan

domingo, 12 de maio de 2013

Jean Cocteau


O ofício do poeta, ofício que não se aprende, consiste em colocar os objectos do mundo visível, tornado invisível pela borracha do hábito, numa posição insólita que interpele o olhar da alma e lhe confira tragédia. Trata-se, pois, de comprometer a realidade, de a apanhar em falta, de a inundar subitamente de luz e de a obrigar a confessar o que ela esconde. [...]



[Raymond Voinquel, "Jean Cocteau", 1942]

sexta-feira, 10 de maio de 2013


"A única responsabilidade política, o imperativo categórico da arte é hoje o de se limitar radicalmente a uma estética da verdade, que não tem nada a ver com os negócios do dinheiro ou das ideologias, mas muito mais com o luto (Trauer) ou, na melhor das hipóteses, com alguma alegria."


Hans-Jürgen Syberberg,
citado por João Barrento in 90 Poemas de Günter Kunert,
Lisboa: apáginastantas, 1983

terça-feira, 7 de maio de 2013

NOITE E NEVOEIRO – ALAIN RESNAIS (1955)

 
1.

Leni Riefenstahl não sabia de nada.

No terror dos anos trinta, quando tantos
se calavam, para sempre, seus filmes
difundiam corrupios de assassinos:
a física da morte em movimento, a festa
dos ferozes. Parada de conversos ao sublime
bebedouro das entranhas, com gorjeios
orquestrados por demente cabra-cega.

Tudo isto, recordemos, junto à fonte
do mais ímpio fedor.

Os seus filmes destruíam a realidade,
mas ela não sabia. Não saber é antegosto
dos estetas e ferrete dos pequenos.
Quem sabe, perde a fome, dorme
pouco, faz as malas. O melhor
para a saúde, realmente, é não saber.

2.

Diz-se que Jdanov puxava da caneta
sempre que ouvia a palavra “memória”:
apontava baixo e certeiro – era difícil
não lhe sorrir. Os tecnocratas,
toda a gente o sabe, têm boa pontaria.
Do Inferno sabem tudo, mas do inferno
nunca ouviram falar. Percebe-se,
evidente, que lhes dá mais jeito assim.

Estão por conta do zeitgeist, pensam
eles, e continuam. Isso lhes basta.
A vontade é o seu elemento: descem
manípulos, orientam lâmpadas, decidem
ângulos, apõem rubricas – é surpreendente
a facilidade com que gritam
“corta!”, “rua!”, “mata!”, “não!”


- José Miguel Silva, Movimentos no escuro,
Lisboa: Relógio D'Água, 2005
 
[AQUI]

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Gerard Manley Hopkins


POETRY AT OXFORD


It is a happy thing that there is no royal road to poetry. The world should know by this time that one cannot reach Parnassus except by flying thither. Yet from time to time more men go up and either perish in its gullies fluttering ‘excelsior’ flags or else come down again with full folios and blank countenances. Yet the old fallacy keeps its ground. Every age has its false alarms."


- extrato de um Diário de 1864