Mostrar mensagens com a etiqueta Cão Celeste # 4. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cão Celeste # 4. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

EMILY DICKINSON / HAKIM BEY


I heard a Fly buzz – when I died –
The Stillness in the Room
Was like the Stillness in the Air –
Between the Heaves of Storm –

The Eyes around – had wrung them dry –
And Breaths were gathering firm
For that last Onset – when the King
Be witnessed – in the Room –

I willed my Keepsakes – Signed away
What portions of me be
Assignable – and then it was
There interposed a Fly –

With Blue – uncertain stumbling
Buzz – Between the light – and me –
And then the Windows failed – and then
I could not see to see –


EMILY DICKINSON


*



A Terra precisa tanto de mais parques de estacionamento
como nós precisamos de mais remendos de asfalto
implantados no rosto e nos órgãos genitais
para que minúsculos discos voadores
do Planeta dos Germes Extraterrestres
possam estacionar em nós como as moscas
que E. Dickinson ouviu zumbir
à volta da sua cabeça quando morreu.


HAKIM BEY 
in Cão Celeste n.º4, trad. Inês Dias, Lisboa, Novembro de 2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

QUESTÕES DE VOCABULÁRIO




"Em Portugal, e não só, esta novilíngua tem sido bastante eficaz a fissurar as relações entre os trabalhadores das entidades privadas e dos serviços públicos, e igualmente eficaz a gerar sentimentos de culpa entre os cidadãos, já que tudo o que se prende com serviços sociais do Estado tende a ser apresentado como um peso, um despesismo sem retorno (como se não tivesse relação com os impostos que pagamos). Neste contexto, flexibilidade é o conceito normalmente usado para conferir uma sugestão de dinamismo social e económico ao que não é senão precariedade nas relações laborais."

Rosa Maria Martelo
in Cão Celeste n.º4, Lisboa, Novembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

BANCO QUALQUER COISA


V


A última vez que te encontrei foi diante do Banco Qualquer Coisa. Verificavas o preço das acções. Elas baixaram, não há dúvida. Talvez isso prejudique o teu futuro na América e até mesmo a tua actual capacidade para os estudos. És fraco e não podes impedi-lo. Se fosses resoluto poderias ordenar a um dos responsáveis: "sobe-me essas acções, badameco!"
Não confio já nos santos ou nos poetas e muito menos nos heróis.
Tudo é agora uma questão de mais ou menos brutalidade, de maior ou menor capacidade de matar. Impunemente - é preferível.
As acções baixam - não há dúvida.


Manuel de Castro, "Hans e a mão direita"
in GRIFO - Antologia de inéditos organizada e editada pelos autores, 1970





Ilustração de Luís França
in Cão Celeste n.º4, Lisboa, Novembro de 2013

sábado, 7 de dezembro de 2013

# 4




No quarto número do Cão Celeste
com direcção de Inês Dias/Manuel de Freitas 
e coordenação gráfica de Luís Henriques, 
colaboram Abel Neves, Alberto Pimenta, Alexandre Sarrazola, Ana Menezes, 
Ana Isabel Soares, André Lemos, Bárbara Assis Pacheco, Cláudia Dias, 
Daniela Gomes, Diniz Conefrey, Fabiano Calixto, Gavarni/Estúdios & etc, 
Inês Dias, Isabel Baraona, Isabel Nogueira, Joana Matos Frias, Jorge Roque, 
José Ángel Cilleruelo, José Miguel Silva, Luís Filipe Parrado, Luís França, 
Luís Henriques, Manuel de Freitas, Manuel Diogo, Maria João Worm, 
Maria Da Conceição Caleiro, Paulo da Costa Domingos, Rosa Martelo, 
Ricardo Castro e Rui Nunes.