sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Era um país, um corpo,
uma cidade de ossos
calcinados, onde nem cães
metiam o dente.

E o corpo é um cristal lívido
no centro d'uma praça, deportado,
límpido, onde nem os homens
se atrevem.

A cidade aposta-se toda
na espessura do sono, na
candura banal, vulgar,

do país em ruína:
impaciente.


Paulo da Costa Domingos, Cal,
com prefácio de Vitor Silva Tavares, Lisboa, Averno, 2015

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